sábado, 15 de setembro de 2012

Semana Farroupilha... Luiz Coronel!!!

Boa tarde!

Retorno para dizer que a semana Farroupilha está ai e nada melhor do que valorizar escritores da nossa terra. Temos tantos nomes: tradicionais, novatos, antigos e que já morreram... mas a literatura não tem tempo, nem época e nem vida curta. Ela é eterna, passa por gerações, as vezes com uma "repaginada". Mas ela está sempre pronta para nos ensinar, nos divertir, nos distrair, nos explicar... enfim, para todas as horas!

Hoje escolhi um escritor que nasceu em Bagé,  eleito Patrono da 58ª Feira do Livro de Porto Alegre, que inicia em 27 de outubro.No ano de 2011, foi Patrono da 27ª Feira do Livro da nossa cidade, onde fomos muito bem recebidos.

QUEM É LUIZ CORONEL?


É compositor musical, possuindo diversos prêmios como letrista nas Califórnias da canção nativa. Poeta, sua obra é voltada preferencialmente para a temática da terra, no que retoma a tradição do cancioneiro sul-rio-grandense. Dentre suas obras literárias, destacam-se: Mundaréu, Retirantes do sul, Cavalos do tempo, Baile de máscaras, Pirâmide noturna, Clássicos do Regionalismo Gaúcho. sua obra recebeu diversos prêmios, entre os quais: Prêmio Influência Poesia Espanhola, Universidade de Pamplona, Espanha, em 1990, e Premio Octavio Paz, da Revista Plural, Universidade do México, pelo livro Pirâmide Noturna. 



GAUDÊNCIO SETE LUAS FALA DE CARTEADOS

Faço de banco a montanha,
ponho o sol de lamparina.
Um carteado tem mais manhas
que o vento na casuarina.

Se é mesa verde a colina,
Gaudêncio é carta marcada.
Rei-de-ouros para as chinas,
pros valentes rei-de-espadas.

Carteador dança ciranda,
nestas noites de serão.
Se o destino é quem nos manda,
tenho o destino nas mãos.

Clássicos do Regionalismo Gaúcho


 PILCHAS

Não pensem que são pirilampos
essas estrelas lá fora.
É a lua clara dos campos
refletida nas esporas.

Se uso vincha na testa
é pra ver o mundo mais claro.
Não vendo o mundo por frestas
lhe posso fazer reparos.

Sem cinturão nem guaiaca
me sinto quase em pêlo.
Quando meu laço desata
sou carretel de novelo.

Da bodega levo um trago
para matar aminha sede.
Meu chapéu de aba quebrada
beija-santo-de-parede.

Atirei as boleadeiras
contra a noite que surgia.
Noite a dentro entre as estrelas
se tornaram três-marias.

Lunarejo - antologia poética regional




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