JOSUÉ GUIMARÃES, GAÚCHO QUE DEU NOME A BIBLIOTECA DO LISBOA!

Nascido em São Jerônimo, Josué Marques Guimarães, teve uma vida marcada por atividades ligadas a literatura. Desde os tempos do colégio escrevia artigos, fundou o grêmio estudantil da escola Cruzeiro do Sul, em Porto Alegre, e fez carreira jornalística, tanto em jornais quanto em rádio.Foi dono de agência de propaganda, correspondente internacional da da Empresa jornalística Caldas Júnior na África e em Portugal, onde acompanhava a Revolução dos escravos.
Escreveu diversos livros, em diversos gêneros, entre eles, alguns títulos bem conhecidos nossos:

• "A Ferro e Fogo I: Tempo de solidão, Romance, em 1972.
• "A Ferro e Fogo II: Tempo de Guerra, Romance, em 1975.
• "É tarde para saber": Romance, 1975.
• "Enquanto a noite não chega": Novela, 1975.
• "A casa das quatro luas": Infantil, 1979
• "Era uma vez um reino encantado":Infantil, 1980.
• "O gato no escuro": Contos, 1982.
• "Um corpo estranho entre nós dois", Teatro, 1983.
• " A última bruxa": Infantil, 1987.

Foi nos anos 70 que Josué Guimarães surgiu na literatura brasileira com um desejo muito maior do que a necessidade de ser original e singular: o desejo de comunicar-se com o outro e ajudar na transformação de seu país. Seu primeiro livro, "Os ladrões", já apresentava a constatação de que o homem moderno vai-se tornando cada vez mais fragilizado diante de um mundo que o oprime, e a noção de que as artes, em específico a literatura, têm o dever de ir à frente de sua época, transformá-la, e construir novos valores.

Sua visão crítica da realidade, já esboçada nos primeiros contos, é constante em toda sua obra ficcional. Criou universos ficcionais incomuns, retratou aspectos do Rio Grande do Sul que poucos conheciam.

Romancista e homem de ação, Josué Guimarães era um político nato, foi eleito vereador em Porto Alegre pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro), em 1951. Destacou-se na vereança pelo exemplo de coerência e coragem, o que justifica toda a perseguição que lhe foi movida pela ditadura. A obra ficcional que produziu compreende-se inteira no curto espaço de dezesseis anos, de 1970 a 1986. Consequentemente, ele é por excelência "o narrador da trágica década de 1970", o que explica a natureza de sua narrativa e a grande importância que desempenhou na interpretação crítica da história brasileira.

Josué Guimarães faleceu em Porto Alegre no dia 23 de março de 1986. Sua última obra- A última bruxa- foi lançada no ano seguinte, em 1987, mesmo ano em que a Biblioteca Pública Municipal, do Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre, passou a ser chamada de Biblioteca Pública Municipal Josué Guimarães.

Links com mais informações:

Acervo Literário de Josué Guimarães
Curso Pós-Graduação em Letras - PUC/RS